quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Qual é a posição dos comunistas sírios?



“A posição do Partido Comunista Sírio é clara: lutar contra os planos imperialistas e respaldar o governo nacional e sua postura contra os planos do imperialismo...”

Os comunistas sírios apoiam o governo do país e sustentam em sua defesa da soberania nacional frente as tentativas do imperialismo de ficar com o controle do país. Como sucedeu anteriormente na Líbia, e sucedeu em inumeráveis países no passado, para ficar com o capitalismo (lembremos que o capitalismo é o berço do fascismo) recorre a todos os meios em suas mãos, desde a financiação de movimentos e partidos políticos até a criação de grupos terroristas que, como na Síria, e antes na Líbia, provocaram o cenário adequado para facilitar a manipulação midiática e a intervenção militar.

Em um discurso oferecido no ano passado no mês de dezembro em Atenas, no encontro dos partidos comunistas e dos trabalhadores, celebrando na capital grega, o Partido Comunista Sírio deixou claro que lutaria pela independência de seu povo até o fim, concluindo que

“Preparemos o nosso povo para qualquer eventualidade, incluída da luta contra uma agressão militar. Estamos seguros de que se esta agressão se materializa, Síria será uma tumba para os agressores. O povo sírio tem um grande acervo nacional de lutra contra o colonialismo. Não em vão um dos representantes mais inteligentes do imperialismo francês, Charles de Gaulle, disse: “É ilusório pensar que se pode submeter a Síria”; sim, “A Síria não se ajoelhará”.

No diário político da XI Conferência do partido, celebrada no mês de outubro de 2010, se afirma textualmente: “Cada vez está mais claro este ataque contra Síria (com os seus vários aspectos de pressões políticas, ameaças militares , sabotagem econômica e conspirações) pretende realizar transformações radicais para mudar a cara nacional da Síria, incluindo a queda do presidente atual, que depende de uma ampla aliança nacional e cujo o principal objetivo é proteger e fortalecer a soberania nacional”.

Em relação a situação atual na Síria, cabe destacar os seguintes aspectos:

- Os planos do imperialismo e da reação interna para derrubar o regime sírio anti-imperialista mediante amplas rebeliões populares generosamente financiadas pelos regimes reacionários do Golfo, fracassaram, porque a maioria das massas populares, sobre tudo nas principais cidades do país, não deixaram se levar por esse caminho. Pelo contrário, em Damasco, Alepo e muitas cidades sírias houve manifestações massivas para condenar a conspiração e gritar contra o imperialismo, o sionismo e os árabes reacionários.

- Depois deste fracasso, as forças reacionárias optaram por novos métodos de natureza criminal, como assassinatos seletivos, em alguns casos matanças coletivas de caráter sectário e atos de sabotagem (como pôr bombas nas vias férreas e tentativas de incendias as fábricas, sobre tudo as que pertencem ao setor público). É de destacar que os assassinatos seletivos apontam sobre tudo a homens de ciência e de cultura (investigadores, médicos, etc.), assim como a militantes de grande experiência, como os pilotos, para debilitar a capacidade da defesa nacional. As matanças coletivas preparadas pelos terroristas foram indiscriminadas, sem respeitar as crianças, mulheres e idosos, para provocar sentimentos de ódio e socavar qualquer possibilidade de estabilidade. - Em paralelo com a crescente pressão sobre a Síria, exercida faz tempo pelos Estados Unidos e centros imperialistas ou pelos regimes árabes reacionários vinculados a estes centros, utilizando a Liga dos Estados Árabes, os reacionários árabes distribuem uma atividade frenética que brinde um pretexto ao Conselho de Segurança e outros órgãos das Nações Unidas para tomar decisões agressivas com a cobertura da chamada legitimação árabe, que é completamente falsa. Ademais, os regimes do Golfo pagaram generosamente todos os movimentos reacionários que operam na Síria.

Turquia (que é o braço da OTAN na região) desempenha um papel fundamental no exercício de toda classe de pressões sobre a Síria, desde as políticas, passando pelas pressões econômicas, até o respaldo direto as organizações armadas terroristas e o acolhimento neste país aos chefes de ditas organizações.

O regime da Síria aprovou muitas leis e regulamentos para a expansão das liberdades democráticas no país. Mas todas essas aberturas chocaram com o rechaço dogmático das forças reacionárias. Estas forças estão tratando de derrubar o regime, em colaboração com os infiltrados do imperialismo e o sionismo. Enquanto a Síria mantenha sua postura anti-imperialista, os planos expansivos imperialistas não poderão aplicar-se plenamente no Mediterrâneo Oriental, em particular o novo grande projeto para o Oriente Próximo ou, dito de outro modo, o grande projeto sionista. A posição do Partido Comunista Sírio é clara: lutar contra os planos imperialistas e respaldar o regime nacional e sua postura contra os planos do imperialismo, assim como defender as reformas democráticas, que em linhas gerais se aproximam as indicações do programa do nosso partido neste âmbito. Assim como a luta constante para mudar a orientação econômica liberal e todas as leis que a amparam. Não esquecemos nunca que esta orientação é o que adubou o terreno à labor subversiva das forças reacionárias. Sua retificação fortalecerá a postura anti-colonial da Síria e a adesão das massas a esta política. Quando consideramos a situação da Síria devemos ter em conta que as forças de oposição não constituem uma alternativa democrática. A força de choque reacionária é a organização dos Irmãos Muçulmanos, que cometeram matanças em estreita aliança com o imperialismo e os regimes árabes reacionários, enquanto os liberais de todos os pelos são usados como cortina de fumo por estas forças com ideias claras de obscurantismo.

Preparemos o nosso povo para qualquer eventualidade, incluída a luta contra uma agressão militar. Estamos seguros de que se esta agressão se materializa, a Síria será uma tumba para os agressores. O povo sírio tem um grande acervo nacional de luta contra o colonialismo. Não em vão um dos representantes mais inteligentes do imperialismo francês, Charles de Gaulle, disse: “É ilusório pensar que se pode submeter a Síria”; sim, “A Síria não se ajoelhará”.

Tradução para o português: O autor deste blog

Fonte:

http://www.solidnet.org/syria-syrian-communist-party-kb/2402-13-imcwp-contribution-of-the-syrian-cp-ar

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